Não
sei por que, mas quando leio algo sobre o “consumidor verde” logo me vem na
mente a figura do Shrek (personagem de filme), um homenzinho verde que exerce
certa liderança sobre a comunidade, socialmente justo, ético e consciente. È
assim que os artigos e textos sobre o consumo verde tratam do tema. Mas, vamos
sair da visão fictícia de que tudo pode ser lindo e maravilhoso para voltar à
vida real! Quantos de nos, incluindo os chamados ambientalistas, estariam
dispostos a abrir mão de todo o conforto que temos em nossos lares, a
facilidade de nossas formas de locomoção, de roupas, sapatos, celulares,
aparelhos de televisão, rádios entre muitos outros produtos que fazem parte da
vida moderna? Não é objetivo jogar uma “água fria” em todos estes movimentos,
mas apenas de conscientizar que nada disso irá ocorrer do dia para noite. O
consumidor antes de tudo é um ser social e, como tal, deve entender que não se
deve transferir o problema para as empresas ou o governo. O principio de tudo
esta na mudança de hábitos e costumes que modifiquem a “cultura de consumo”.
Queremos nosso carro ecológico, mas ele continua sendo um carro! Queremos um
celular “verde”, mas acredite, ele continuará sendo um celular! Queremos uma
máquina de lavar socialmente correta, mas será sempre uma máquina de lavar!
Transformar um personagem, como o “Shrek” para o mundo real é muito mais do que
entender a ecologia como um acessório em nossas vidas, é muito mais que
transferir a responsabilidade para as empresas ou para os governos é entender
que a lição de fato começa em casa. Alguns dias atrás, após terminar mais uma
aula de marketing e, ao chegar ao estacionamento, encontrei a frase “pichada”
na capa protetora do pneu do meu carro, logo abaixo da comunicação que dizia
“eu pratico Ecoesporte”, estava o seguinte: “mas você anda de carro”! No
trajeto de volta para minha residência não parava de pensar (mesmo chateado com
o ato de vandalismo), sobre a união daquelas duas frases uma da montadora e
outra da sociedade. Percebi o quanto ainda estamos muito longe de incorporar
hábitos e atitudes ecológicas no nosso dia-a-dia. O quanto é complicado
transformar nossa cultura de consumo, e quanto a visão do Shrek está distante
de nossa realidade. (Prof. Dr. Luiz Claudio Zenone)
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